Preso em operação, filho de chefe do PCC usava empresa de fachada para lavar dinheiro do pai, aponta MP
Suspeito de lavar dinheiro para o PCC morre em operação em Campinas Investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apontam que Sérgio Luiz de ...
 
							Suspeito de lavar dinheiro para o PCC morre em operação em Campinas Investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apontam que Sérgio Luiz de Freitas Neto usava uma empresa de fachada para ocultar imóveis comprados com dinheiro ilícito do pai, Sérgio Luiz de Freitas Filho, o "Mijão", considerado um dos principais chefes do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) em liberdade. Entenda abaixo. Sérgio Neto foi preso nesta quinta-feira (30) em Campinas (SP), na operação contra um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa. A ação foi realizada pelo MP junto do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) da Polícia Militar. Foragido há anos, "Mijão" também é um dos alvos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas, mas segue sem ser localizado. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Empresa de fachada para ocultar imóveis Sérgio Luiz De Freitas Neto, filho de 'Mijão', principal chefe do PCC foragido, usava empresa de fachada para lavar dinheiro do pai, aponta MP. Reprodução Segundo as investigações do MP, o filho de "Mijão" teve papel central em um esquema de lavagem de dinheiro que envolveu a ocultação de dois imóveis adquiridos com recursos do tráfico de drogas e da atuação da organização criminosa. Sérgio Neto teria atuado junto de Maurício Silveira Zambaldi, conhecido como "Dragão", sua esposa Vanessa Janizelo Zambaldi, o investigado Ronaldo Alexandre Vieira e o próprio “Mijão” para dissimular a propriedade dos imóveis. Os bens, segundo o MP, foram adquiridos com capital ilícito e passaram por uma série de transações fraudulentas para ocultar sua origem. Maurício "Dragão" já havia sido preso em Campinas em agosto deste ano, suspeito de financiar o plano do PCC para matar um promotor do Ministério Público. O esquema começou com a venda dos imóveis por Maurício e Vanessa, com o objetivo de dar aparência lícita ao dinheiro de “Mijão”. Os bens foram vendidos por R$ 400 mil — valor considerado subfaturado, já que representa menos da metade do declarado pelo próprio Maurício em sua declaração de Imposto de Renda. O comprador foi Ronaldo Alexandre Vieira, apontado como “laranja” no esquema. De acordo com o MP, ele possui antecedentes criminais por falsidade, receptação e violência doméstica, além de ser investigado por lavagem de dinheiro em outro inquérito, no qual foi solicitado o bloqueio de um veículo Ferrari ligado a ele. LEIA TAMBÉM Como camisa da seleção com autógrafo de Neymar apreendida em operação pode ajudar MP a achar chefe do PCC foragido Falsa rendição e tiroteio em condomínio de luxo: suspeito de lavar dinheiro para o PCC morre em operação no interior de SP Diabo Loiro: preso em operação contra PCC atuou em ataques de 2006 e ostenta carros de luxo nas redes Operação mira esquema de lavagem de dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil Polícia Militar/Divulgação Transferência para empresa do filho Pouco mais de um mês após a compra, em 23 de fevereiro de 2024, Ronaldo transferiu os imóveis para a empresa Avantex Empreendimentos e Participações, por meio de escritura de compra e venda. Conforme apurado pelo MP, a Avantex é uma empresa de fachada controlada por Sérgio Neto, que teria sido criada para receber os bens de "Mijão" e ocultar a verdadeira propriedade dos imóveis. O Ministério Público destaca que, embora a escritura tenha sido lavrada, os imóveis não foram registrados em nome da Avantex, o que indica o uso de "subterfúgios para impedir os órgãos de investigação de encontrar os bens em seu nome, mas mantendo consigo instrumentos públicos que podem usar legalmente para exigir o imóvel para si quando necessário". Relação antiga entre envolvidos A relação entre Maurício Zambaldi e “Mijão” seria antiga, segundo o MP, desde a juventude de ambos no bairro São Fernando, em Campinas. Essa proximidade teria levado a uma parceria criminosa, com Maurício sendo responsável por operacionalizar o sistema de lavagem de dinheiro do "Mijão". Para o MP, a atuação dos envolvidos configura "uma clássica manobra de lavagem de capitais, utilizando-se de transações subfaturadas e sucessivas para distanciar os bens de sua origem ilícita e ocultar seu verdadeiro titular, Sérgio Mijão". Presos na operação Em atualização no final da tarde, o MP informou que, das nove prisões decretadas, seis pessoas foram presas. Outros dois já estavam presos e um está foragido. São eles: Presos nesta quinta Eduardo Magrini, vulgo "Diabo Loiro" Sérgio Luiz de Freitas Neto (filho do "Mijão") Renan Ferraz Castelhano Ronaldo Alexandre Vieira Maurício Conti Bárbara Batista Borges Já estavam presos Maurício Silveira Zambaldi, o "Dragão" José Ricardo Ramos Foragido Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, “Xixi” ou “2X” A operação também mira Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, que foi alvo de mandado de busca e apreensão. Além dele, há empresários, agiotas e influenciadores digitais entre os investigados. Assim como "Mijão", Caipira está foragido há anos. Ambos integram a lista de criminosos mais procurados do país. As últimas informações do MP indicam que os dois estariam na Bolívia. Infográfico - Operação em Campinas mira principal chefe do PCC foragido, agiotas e influenciadores Arte/g1 VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas
