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Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de Ruy Ferraz e indicia 12 por plano e execução

A Polícia Civil concluiu o primeiro inquérito sobre a morte do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, e indiciou 12 pessoas por homicídio e/ou o...

Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de Ruy Ferraz e indicia 12 por plano e execução
Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de Ruy Ferraz e indicia 12 por plano e execução (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil concluiu o primeiro inquérito sobre a morte do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, e indiciou 12 pessoas por homicídio e/ou organização criminosa. Para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não há dúvidas de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) está envolvido no planejamento e na execução do assassinato. A motivação e os mandantes do crime são alvos de outros inquéritos em andamento. O relatório final dessa primeira parte da investigação foi encaminhado ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) na quinta-feira (13) e lista sete indiciados por homicídio e organização criminosa, e outros cinco por organização criminosa (Veja abaixo). A Polícia Civil também pede a permanência de todos na cadeia, seja pela conversão de prisão temporária em preventiva, seja pela manutenção de quem foi detido preventivamente nos últimos meses. Ao todo, 14 aparecem como participantes do ataque, direta ou indiretamente. Um dos investigados, apontado como o atirador e também um dos planejadores da execução, morreu durante o cumprimento de um mandado de prisão no Paraná. Outro investigado – que seria a quarta pessoa presente em um dos carros usados no ataque, ainda não foi formalmente identificado, por isso não consta no relatório final. Abaixo o que consta no relatório final do DHPP INDICIADOS POR HOMICÍDIO E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Coautores da execução Luiz Antônio Rodrigues de Miranda -vulgo “Gão” Está foragido. É o motorista do carro usado na execução e quem pediu para que Dahesly Oliveira Pires levasse um fuzil da Praia Grande para Diadema. Paulo Henrique Caetano de Sales - vulgo “PH” Paulo Henrique Caetano Sales, o PH, de 38 anos, é apontado pela Polícia Civil como proprietário de uma das quatro casas de Praia Grande utilizadas pelos criminosos que executaram Ruy Ferraz. Reprodução/TV Globo Foi preso em 24/10/2025. É apontado como um dos homens armados que aparecem nas câmeras de segurança e que teria feito a contenção e cobertura dos atiradores no momento da execução. Também é proprietário de uma das casas usadas como apoio para a execução. As mensagens analisadas na investigação apontam que confirmam que Paulo Henrique foi avisado por sua sobrinha que a Polícia Civil localizou sua casa no dia 26 de setembro. Marcos Augusto Rodrigues Cardoso - vulgo “Fiel/Penelope Charmosa” Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, o Penépole Divulgação Foi preso em 03/11/2025. Durante seu interrogatório, admitiu integrar o PCC, afirmando exercer a função de “disciplina”, posição que, segundo a própria estrutura interna da facção, corresponde a um papel de comando e fiscalização das atividades ilícitas desenvolvidas pelos demais membros. As análises complementares realizadas sobre o conteúdo dos dispositivos eletrônicos de Umberto confirmaram, segundo a polícia, que FIEL ocupa posição de destaque na hierarquia do PCC, possivelmente a mais elevada entre todos os investigados até o momento, o que reforçou sua relevância e poder de decisão na execução do crime em apuração. Felipe Avelino da Silva – vulgo “Masquerano” Felipe Avelino da Silva, o Mascherano, é preso nesta segunda-feira (6). Reprodução/Polícia Civil A perícia identificou que foram encontradas digitais de Mascherano em 4 pontos do carro Renegade relacionados a ele. Mascherano foi preso no dia 6 de outubro em Cotia. Segundo a investigação, a pedido de Umberto Gomes, ele teria deixado o carro JEEP/RENEGADE na garagem de uma casa em Flávio Henrique Ferreira de Souza A perícia identificou que foram encontradas digitais dele na Renegade. Há um pedido de prisão contra ele, mas ainda não foi localizado. Também foi apontado como o responsável pela locação de um dos imóveis usados como base operacional para o planejamento e execução do crime. ** Umberto Alberto Gomes – vulgo “Playboy’ Foram encontrados materiais genéticos dele nas casas usadas pelo grupo em Mongaguá e em outra na Praia Grande. Umberto fugiu de São Paulo e morreu no dia 30 de setembro em Curitiba após confronto com a polícia paulista e do Paraná, por isso apesar de ser investigado, a participação deve ser arquivada. Os relatórios da polícia indicam que ele manteve comunicação constante com outros envolvidos, dentre eles PH e FIEL/PENÉLOPE, o que evidencia a integração do PCC pelo planejamento e execução do assassinato. Donos das casas A Polícia Civil conseguiu mapear quatro imóveis usados como bases para os criminosos no planejamento e execução do ataque. William Silva Marques Willian Silva Marques, de 36 anos, é dono da casa de onde teria saído armas do crime Reprodução/TV Globo Proprietário de um dos imóveis. Foi preso preventivamente desde 21 de setembro. Cristiano Alves da Silva, conhecido como Cris Braw Cristiano Alves da Silva, conhecido como Cris Brown, foi preso por suspeita de envolvimento na morte do ex-delegado Reprodução/TV Globo Foi preso no dia 17 de outubro. Segundo a investigação, tinha contatos com Umberto e era dono da casa em Mongaguá. A investigação mostrou que Umberto Gomes (“Playboy”) e Cristiano eram próximos, inclusive nas vésperas da execução e logo dias depois eles conversam por telefone. Segundo a polícia, Cristiano tentou apagar essas ligações, que foram recuperadas pelo sistema Cellebrite. INDICIADOS POR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Dahesly Oliveira Pires Segundo a polícia, Dahesly Pires disse que machucou o rosto num acidente de moto antes da prisão. À esquerda, vídeo mostra a mulher em audiência de custódia Reprodução Admitiu em depoimento que foi até a cidade de Praia Grande para pegar o armamento usado no crime e levá-lo de Uber para a cidade de Diadema. Também confirmou ter recebido determinada quantia para o serviço, sendo que o pagamento se deu por PIX, em valor advindo de uma conta em nome do filho menor de idade de Luiz Rodrigues de Miranda. A investigada também contou aos policiais que foi LUIZ MIRANDA quem pediu que buscasse o armamento e que ele esteve na noite anterior à prisão dela, em sua casa. José Nildo da Silva José Nildo da Silva, de 47 anos, foi detido em Itanhaém, no litoral de SP Reprodução/TV Globo Foi gravado chegando armado à casa em Itanhaém para dar cobertura a Umberto Alberto Gomes, que estava escondido no local. Rafael Marcel Dias Simões, vulgo Jaguar Rafael Marcell Dias Simões, o 'Jaguar', de 42 anos, é apontado como um dos atiradores Reprodução/TV Globo O conteúdo das mensagens interação direta com o PCC, demonstrando o papel de colaboração e comunicação mantido pelo investigado com outros membros do grupo. A Polícia Civil também diz que o investigado dificultou o andamento das investigações e se apresentou na delegacia sem seu aparelho celular. Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, preso por participação no crime contra Ruy Ferraz Reprodução/TV Globo Foi preso no dia 19 de setembro. Consta nas investigações que é membro do PCC e que, logo após a consumação do crime, buscou e o levou para a cidade de São Paulo para protegê-lo. Danilo Pereira Pena, vulgo Matemático Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, foi preso por suspeito de envolvimento na morte de Ruy Ferraz (à direita) Reprodução/TV Globo Foi preso no dia 15 de outubro. A Polícia diz que ele ajudou na fuga de Jaguar d da Baixada Santista até São Paulo. Além disso, é apontado em informações de inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) como articulador do PCC para a coordenação de ações voltadas ao atentado contra autoridades públicas ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Outras frentes de investigação A estratégia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na primeira fase de apuração foi focar no indiciamento dos investigados que participaram da execução e/ou no planejamento e fornecimento de armas porque parte deles está com prazo de prisão temporária próximo do vencimento e sem possibilidade de nova renovação. Outros dois inquéritos vão se aprofundar nos mandantes e na motivação do crime. além da suspeita da relação do assassinato de Ruy Ferraz Fontes com a sua atuação na administração municipal da Prefeitura de Praia Grande. A defesa deles não foi localizada pela reportagem. Conheça os dez suspeitos que já foram presos pela Polícia Civil de São Paulo Montagem/g1/Reprodução/TV Globo Mulher presa no caso de morte de ex-delegado fala à Justiça