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PF investiga se grupo liderado por Rodrigo Manga usava termos religiosos como códigos para crimes: 'Está precisando de milagre?'

Termos religiosos eram usados para atos ilegais por grupo que teria Rodrigo Manga como líder, diz PF: ‘Quer um milagre hoje?’ Reprodução A Polícia Feder...

PF investiga se grupo liderado por Rodrigo Manga usava termos religiosos como códigos para crimes: 'Está precisando de milagre?'
PF investiga se grupo liderado por Rodrigo Manga usava termos religiosos como códigos para crimes: 'Está precisando de milagre?' (Foto: Reprodução)

Termos religiosos eram usados para atos ilegais por grupo que teria Rodrigo Manga como líder, diz PF: ‘Quer um milagre hoje?’ Reprodução A Polícia Federal investiga se o grupo supostamente liderado por Rodrigo Manga usava termos religiosos como "códigos" para crimes. Um print anexado aos documentos mostra uma mensagem de um apóstolo ao prefeito perguntando se ele "está precisando de um milagre". Veja acima. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O g1 e a TV TEM tiveram acesso aos documentos que mostram também como era o suposto esquema e a participação do cunhado de Manga, Josivaldo Batista de Souza, e do empresário Marco Silva Mott, que foram presos na segunda fase da Operação Copia e Cola, na quinta-feira (6). PF aponta Rodrigo Manga como chefe de organização criminosa Manga ficou conhecido como 'prefeito tiktoker'; entenda Veja nomes com os quais o prefeito não pode ter contato O que foi apreendido na Operação Copia e Cola Organização alvo da PF já recebeu R$ 123 milhões em contratos Esposa de Manga também é investigada por operação da PF PF aponta Rodrigo Manga como chefe de organização criminosa e beneficiário de esquema A pessoa que aparece na conversa é Estevam Hernandes Filho, líder religioso que pertence à denominada Igreja Renascer. As mensagens estavam no celular apreendido de Manga, em 10 de abril, na primeira fase da Operação Copia e Cola. Há troca de mensagens sobre amenidades, encontros pessoais e aparições públicas e entrevistas do prefeito afastado. Confira abaixo a transcrição das mensagens: Estevam: Manga. Bom-dia. Paz 🙏❤️ Estevam: Está precisando de milagre? Rodrigo Manga: Bom dia. Rodrigo Manga: Sim. Estevam: Ok. “Como já se viu ao longo da presente representação, a utilização de linguagem cifrada é uma constante nas práticas do grupo criminoso objeto da investigação, comportamento esse típico da criminalidade organizada”, diz a investigação. “Não se descarta aqui a utilização de mensagem cifrada, valendo-se de termos religiosos, para fazer referência a comportamentos ilícitos”, ressalta a investigação. O documento não afirma se trata, por exemplo, de dinheiro. Segundo a PF, Estevam foi preso em 2007, juntamente com a esposa, ao tentar entrar nos Estados Unidos com U$ 56 mil não declarados. 'Contabilidade paralela' A Polícia Federal também apontou a existência de uma "contabilidade paralela" que registrava valores de propina pagos por empresas interessadas em vencer licitações na Prefeitura de Sorocaba (SP). As anotações também indicam os nomes das pessoas que teriam recebido os valores. A movimentação financeira era anotada no bloco de notas do celular de Josivaldo Batista de Souza, cunhado do prefeito, e aponta um controle minucioso de valores supostamente ilícitos recebidos por meio de contratos com o poder público. De acordo com o relatório da Polícia Federal, as anotações encontradas em um dos documentos apreendidos indicam registros de entradas e saídas de valores, acompanhadas de abreviações que identificariam a origem ou o destino do dinheiro. Como o documento está dividido entre "entradas" e "saídas", a PF concluiu que os valores anotados ao lado das abreviações nas entradas representam pagamentos de propina relacionados a contratos de empresas com a prefeitura. Envelopes encontrados continham nomes relacionados à empresas que fecharam contratos com a Prefeitura de Sorocaba (SP) Reprodução A esposa de Josivaldo também mantinha anotações para controle financeiro dos valores, conforme a investigação. A contabilidade feita por Simone era anotada em folhas de papel e controlava pagamentos de despesas pessoais do núcleo Manga, feitas, segundo a Polícia Federal, com recursos de origem ilícita. As despesas incluíam: Boletos de clube associativo; Condomínio residencial; Mensalidade da faculdade da filha do prefeito; Custeio mensal de cavalos pertencentes ao prefeito. O que dizem os citados A defesa de Rodrigo Manga disse, em nota, que a investigação conduzida pela Polícia Federal de Sorocaba é completamente nula, porque foi iniciada de forma ilegal e conduzida por autoridade manifestamente incompetente. A defesa de Sirlange Rodrigues Frate Maganhato informou que todas as operações financeiras mencionadas na investigação são lícitas, corroboradas por documentação e devidamente declaradas em Imposto de Renda. Disse ainda que todos os serviços mencionados foram efetivamente prestados e os valores faturados correspondem às atividades executadas. Os representantes de Josivaldo, Simone e da Igreja Cruzada de Milagres dos Filhos de Deus afirmam que jamais participaram de qualquer atividade ilícita e que todos os recursos da igreja e de seus sócios estavam devidamente declarados às autoridades desde 2018. A defesa de Marco Silva Mott disse desconhecer os fatos citados na reportagem e que se manifestará quando acessar provas da investigação criminal. O g1 procurou a defesa de Estevam Hernandes Filho, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. Entenda a operação Linha do tempo da operação Copia e Cola, da Polícia Federal, que investiga irregularidades na saúde de Sorocaba (SP) Arte g1 Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM