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Panetone: por que esse item da cesta de Natal ainda é o sinal de fim do ano no Brasil

Panetone: por que esse item da cesta de Natal ainda é o sinal de fim do ano no Brasil – Crédito: Divulgação O panetone é, talvez, o alimento que mais an...

Panetone: por que esse item da cesta de Natal ainda é o sinal de fim do ano no Brasil
Panetone: por que esse item da cesta de Natal ainda é o sinal de fim do ano no Brasil (Foto: Reprodução)

Panetone: por que esse item da cesta de Natal ainda é o sinal de fim do ano no Brasil – Crédito: Divulgação O panetone é, talvez, o alimento que mais anuncia o fim do ano no Brasil. Mais do que luzes nas ruas, mais do que árvores enfeitadas, mais até do que a ceia. Em muitos lares, é a caixa do panetone que inaugura dezembro. Ele costuma ser o primeiro item retirado da cesta de Natal — e o último a sair da memória. A pergunta é: por que justamente ele? Por que um pão doce, simples na essência, se tornou um marcador emocional tão forte? Um sabor que carrega tradição — mesmo em casas sem tradição alguma Diferente de outros alimentos do Natal, o panetone não pertence à rotina. Ele só aparece uma vez por ano e justamente por isso se tornou um símbolo. Quando a caixa chega, ela carrega junto uma sensação de pausa. Há um reconhecimento silencioso de que o ano está terminando e que, por algumas horas, a vida vai desacelerar. O panetone é um ritual. E rituais são mais fortes quando são raros. Entre a memória e o presente, o panetone é um elo de continuidade. Mesmo famílias que não seguem tradições formais reconhecem no panetone um ponto fixo do calendário emocional. Ele conecta o que já aconteceu ao que ainda vai acontecer. É comum que ele seja guardado para um momento específico: a noite do dia 24, a visita de alguém, o café da manhã especial. E essa espera cria significado. Não é um alimento qualquer, é um acontecimento. E isso faz dele um dos itens mais carregados de afeto da cesta de Natal. Por que ele provoca tanta identificação? Especialistas em comportamento explicam que alimentos associados a rituais familiares tendem a acumular memória. O panetone, apesar da simplicidade, tem camadas emocionais: cheiro característico que invade a casa, a caixa que permanece alguns dias sobre a mesa, o som do papel ao ser aberto, a primeira fatia que quase sempre é dividida, e o fato de que ele marca um tempo, não apenas uma refeição. Ele é, ao mesmo tempo, símbolo de celebração e de continuidade. É o tipo de alimento que faz o ano parecer mais completo. O panetone dentro da cesta: mais do que um item, um recado Dentro da cesta de Natal, o panetone cumpre um papel próprio. Ele é o item que traduz, de forma mais clara, a intenção do gesto: oferecer algo que não está no dia a dia, que simboliza cuidado e que leva o clima natalino para dentro da casa. É ele que faz a cesta ter a cara de dezembro. É ele que transforma uma entrega em um momento. É ele que muda o humor da casa quando chega. O alimento que virou marcador emocional do fim do ano Mesmo com a modernização das cestas, com novas embalagens e outras marcas surgindo, o panetone segue intacto em seu papel cultural. Ele sobrevive às mudanças porque não depende de tendência — depende de memória. Enquanto houver dezembro, haverá panetone. E enquanto houver panetone, haverá um tipo muito brasileiro de entender que o ano, finalmente, virou a chave.