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Motorista que fugiu de motel afirma que 'surtou' ao beber, tomar remédio e acreditar que seria roubada por mulheres no quarto

Mulher é presa após fugir de motel sem pagar, dirigir na contramão e colidir com carros na A motorista presa após ser acusada de fugir de carro do motel sem...

Motorista que fugiu de motel afirma que 'surtou' ao beber, tomar remédio e acreditar que seria roubada por mulheres no quarto
Motorista que fugiu de motel afirma que 'surtou' ao beber, tomar remédio e acreditar que seria roubada por mulheres no quarto (Foto: Reprodução)

Mulher é presa após fugir de motel sem pagar, dirigir na contramão e colidir com carros na A motorista presa após ser acusada de fugir de carro do motel sem pagar a conta, e cometer uma sequência de crimes de trânsito em São Paulo, afirmou nesta terça-feira (11) ao g1 que teve um "surto de pânico" após beber, usar remédio e achar que seria roubada pelas outras três mulheres que estavam com ela no quarto. A mesma declaração acima já havia sido dada antes à polícia e à Justiça — que a soltou nesta tarde após a mulher pagar R$ 5 mil de fiança para responder aos crimes em liberdade (veja abaixo quais são). A autônoma Kauane Tainá Fox, de 24 anos, afirma que acelerou seu Jeep Compass branco e arrebentou o portão do Astúrias Motel, na esquina da Rua Pais Leme com a Avenida Nações Unidas, em Pinheiros, Zona Oeste, após ter uma crise de pânico. "Comecei a ter essa crise do pânico, tanto que eu chamei a polícia. Fiquei tão desesperada que eu achei que a polícia também estava contra mim. Então aquilo foi gerando muita confusão na minha cabeça, porque eu já não sabia mais em quem eu podia confiar. Entrei em desespero". Câmeras de segurança gravaram o que ocorreu (veja vídeo acima). As imagens viralizaram e repercutiram nas redes sociais. Kauane contou que ela mesma ligou para a Polícia Militar (PM) pedindo ajuda, depois que falou ter ouvido de duas das acompanhantes que elas planejavam roubar seu carro, que havia comprado há três semanas. “Achei que todo mundo ali estava contra mim. Achei que a minha única forma de sair seria fazer isso. Ouvi elas [outras mulheres que estavam no quarto com ela] falando que já tinha duas motos na esquina e um carro esperando", disse. A mulher disse ainda que não percebeu quando quase atropelou o funcionário do motel e um policial militar. Mulher presa por fugir de motel vai poder pagar fiança de R$ 5 mil e ser solta, decide Justiça Reprodução Funcionários do motel ouvidos pelo g1 afirmaram que Kauane ligou para a recepção dizendo que tinha chamado a polícia. “Só me chamaram na recepção, não falaram nada específico. Eu que estava na frente do carro dela, mas deu tempo de eu pular, sair fora do carro", disse um dos empregados, que pediu para não ser identificado. Ele também disse que Kauane estava "em surto". "Ela [Kauane] não falava nada com nada. Estava trancada dentro do carro e não abria o vidro, não consegui falar com ela." Inicialmente, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a PM foi até o local atender uma ocorrência "após a suspeita tentar deixar um motel sem realizar o pagamento". Kauane contestou, dizendo que a primeira coisa que fez ao chegar ao Astúrias foi pagar R$ 700 e que os demais R$ 700 seriam pagos entre as três mulheres. “Hoje eu tive que pagar R$ 5 mil de fiança. O meu problema não é o dinheiro. Eu tenho dinheiro. Jamais eu iria arrebentar o portão se eu não estivesse desesperada dentro de mim. Quando você tem uma crise do pânico, você acha que vai morrer", disse. Fuga Nas imagens é possível ver que Kauane saiu nua com o automóvel na contramão após fugir. Ela foi perseguida por quase dois quilômetros pela Polícia Militar (PM). Só parou ao bater em dois outros veículos parados no semáforo da Avenida Vital Brasil, no Butantã, também na região Oeste. "Fui tentar passar pela faixa de ciclista, mas daí era muito pequeno para o carro, e aí acabei colidindo com esses dois veículos. Eu estava tentando fugir das pessoas que achei que estavam me perseguindo, e não da polícia", disse. Presa em flagrante pela Polícia Militar (PM), Kauane acabou indiciada pela Polícia Civil por embriaguez ao volante, trafegar em alta velocidade, dano, perigo para a vida de outros e resistência. O caso foi registrado no 14º Distrito Policial (DP), em Pinheiros. Kauane falou ainda que conheceu três mulheres no domingo (9) numa festa eletrônica em um after com o DJ Marco Carola em uma festa chamada "Sky 300" na Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Oeste. Depois de beberem, disse que elas combinaram de ir descansar num quarto com piscina no motel. Todas seguiram para lá no carro de Kauane. Kauane Fox terá de pagar fiança de R$ 5 mil Reprodução/Arquivo pessoal Demônio O g1 falou com uma das três mulheres que estavam com Kauane no motel. Ela, que aceitou conversar desde que não fosse identificada, contou que viu a motorista com um comprimido de ecstasy, mas não sabe se ela tomou. Outra acompanhante chegou a dizer que viu a mulher consumindo a droga sintética que provoca alucinações. “A noite foi incrível. A gente deu risada, conversou sobre a vida. Ela parecia ser uma menina do bem, doce. Ela estava com ecstasy, mas eu não a vi tomando, só vi que tinha um saquinho na mão," disse uma das mulheres que estavam no quarto. "Em determinado momento, ela desceu para a garagem, começou a falar sozinha, gritar, bater a mão no carro. Uma hora disse que estava falando com um demônio. A gente ficou apavorada". Ela e as outras duas confirmaram à polícia que Kauane estava em surto e até começou a dizer que via e ouvia um "demônio". Kauane negou ter usado qualquer tipo de droga enquanto esteve no motel. Ela falou que tomou bebidas alcoólicas junto com remédio de uso contínuo contra transtorno de déficit de atenção. “Quando você mistura com álcool, o Venvanse [remédio para TDH] tem outros efeitos. Eu sou uma pessoa muito boa para as pessoas. Eu nunca fiz mal a ninguém. Agora eu vou procurar um psiquiatra para cuidar da minha mente.” Kauane Fox foi detida pela PM em SP Reprodução/Arquivo pessoal Audiência de custódia Durante a audiência de custódia pela qual Kauane passou nesta terça, a Justiça também suspendeu o direito dela de dirigir enquanto estiver respondendo ao processo. Além disso, determinou uma série de medidas cautelares para que possa continuar em liberdade até ser julgada. Entre as medidas avessas à prisão impostas pela Justiça estão: comparecer mensalmente na Justiça; manter atualizado o endereço; proibida de deixar a cidade onde mora sem autorização judicial. "Dentre outras razões, foi destacado na decisão o fato de a autuada ser primária e mãe de uma criança de 3 anos de idade", informa trecho da nota da comunicação do Tribunal de Justiça. Mulher acelerou o carro contra um funcionário do estabelecimento — que não foi atingido — e contra o portão do local. Reprodução