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Motorista de carro diz ter sido fechado por carreta que ficou atravessada no Rodoanel e nega ter presenciado ação criminosa

Drones e câmeras de esquadrão antibomba registram ação no Rodoanel A Polícia Civil ouviu nesta quinta-feira (13) o motorista de um carro que aparece nas im...

Motorista de carro diz ter sido fechado por carreta que ficou atravessada no Rodoanel e nega ter presenciado ação criminosa
Motorista de carro diz ter sido fechado por carreta que ficou atravessada no Rodoanel e nega ter presenciado ação criminosa (Foto: Reprodução)

Drones e câmeras de esquadrão antibomba registram ação no Rodoanel A Polícia Civil ouviu nesta quinta-feira (13) o motorista de um carro que aparece nas imagens de câmeras de segurança ao lado da carreta que ficou atravessada no Rodoanel nesta quarta-feira (12). Segundo ele, a carreta passou a fechar seu carro pouco antes do ponto onde acabou atravessada na pista. Ressaltou também que acelerou para conseguir escapar da manobra e que não presenciou nenhuma ação criminosa no local. "Era por volta das 4h51, eu estava indo sentido São Bernardo do Campo, onde carrego carga, estava indo na baixada do radar, eu senti que ele ia me fechar. Ele estava a mais de 80 km/h, e a velocidade para caminhão é 80 km/h, para carro é 100 km. E ele estava a quase 100 também. Aí senti que ele ia fechar, ultrapassei e fui embora. Depois que fiquei sabendo do ocorrido", disse, em entrevista à TV Globo. "Não vi carro de assaltante, nada. Só reparei que ele vinha fechando na faixa. Foi pertinho de onde ele ficou com a carreta [atravessada]. Policiais me chamaram por ser suspeito porque a câmera pegou eu indo e voltando. Passei duas vezes", ressaltou A rodovia ficou bloqueada por cerca de cinco horas devido a uma suspeita de artefato explosivo na cabine do veículo. O motorista da carreta afirmou ter sido vítima de um assalto e relatou aos policiais que estaria amarrado e que havia explosivos na cabine. (veja mais abaixo). No depoimento, o condutor Jan Ferreira de Oliveira, de 49 anos, afirmou que estava trabalhando e seguia para fazer entregas quando viu a carreta trafegando em alta velocidade. Leia também Carreta com bomba falsa no Rodoanel: motorista diz à polícia que vinha do Peru, onde entregou explosivos, e estava vazio ao ser abordado Drones e câmeras de esquadrão antibomba registram com detalhes ação no Rodoanel após suspeita de explosivo em carreta O delegado responsável pelo caso afirmou que a investigação segue como tentativa de roubou a veículo, e busca identificar os suspeitos. A polícia está cruzando as informações com dados de quadrilhas especializadas em roubo de cargas que atuam na região. Três celulares — dois do motorista da carreta e um da empresa — seguem em análise. Os investigadores também estão confrontando o depoimento do condutor com informações de georreferenciamento e retomando alguns quilômetros do trajeto percorrido no Rodoanel para checar imagens, horários e ligações. De acordo com informações fornecidas pela empresa, houve um intervalo de 13 minutos entre a abertura e o fechamento da porta da carreta, tempo que, em tese, corresponderia à permanência dos criminosos. A cabine do veículo não tinha câmera, e nada foi encontrado no interior da carreta que pudesse estar relacionado aos suspeitos. Ainda segundo o relato do motorista da carreta, os criminosos teriam dito inicialmente que queriam usar o veículo para transportar armas e, depois, afirmado que pretendiam seguir até a empresa. Abaixo, veja o que se sabe e o que falta saber sobre o caso. Qual é a identidade do motorista e o que ele relatou? O motorista envolvido no caso é Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, morador de Ribeirão Pires. Ele atua como caminhoneiro há 17 anos e realiza viagens longas, inclusive internacionais. Dener relatou à Polícia Civil que foi vítima de assalto seguido de sequestro por três criminosos, por volta das 4h. Ele estava em uma viagem que começou no Acre com destino a São Bernardo do Campo. Segundo o depoimento do motorista à Polícia Civil, a carreta travou durante o assalto, e os bandidos assumiram o volante e o atravessaram pista. Além disso, os criminosos teriam colocado os supostos explosivos no veículo e o orientaram a não sair da cabine. Drones e câmeras de esquadrão antibomba registram com detalhes ação no Rodoanel após suspeita de explosivo em carreta Reprodução/Gate Como o caso foi registrado? A Polícia Civil investiga as circunstâncias do caso, e a ocorrência foi registrada como tentativa de roubo com a qualificadora de restrição de liberdade, mas a polícia diz que não descarta nenhuma linha de investigação. O motorista foi levado a um hospital, onde recebeu atendimento médico e foi liberado. Ele foi submetido ao teste do etilômetro, com resultado negativo, e a exame toxicológico, que está em andamento. A Polícia Militar chegou a suspeitar de outra possibilidade: a de o motorista ter tido um surto psicótico. Onde e quando o bloqueio aconteceu? A carreta ficou atravessada na pista do Rodoanel Mario Covas, na altura do km 45, em Itapecerica da Serra. O veículo estava no trecho entre as rodovias Régis Bittencourt e Imigrantes, no sentido Rodovia Presidente Dutra. O Centro de Controle Operacional da concessionária SPMAR recebeu o chamado sobre a carreta interditando a via às 5h25. O Rodoanel permaneceu completamente interditado no sentido Dutra, e o sentido contrário (Perus) também foi bloqueado por precaução, causando um grande impacto no trânsito. O congestionamento chegou a atingir 40 km. A carreta foi removida por volta das 10h30, e a pista foi liberada pouco depois das 10h, após quase cinco horas de bloqueio. O artefato na carreta era realmente uma bomba? Não. O artefato encontrado na cabine não era explosivo, mas sim um simulacro. O Capitão Leonardo Simões, porta-voz da Polícia Militar (PM), confirmou que não se tratavam de explosivos após a averiguação técnica. O motorista foi encontrado com as mãos amarradas e com um fio vermelho atado ao corpo que estava conectado aos artefatos, embrulhados em papel alumínio. A confirmação de que o material não oferecia risco foi dada após o trabalho do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), o esquadrão antibomba da PM, que utilizou cães farejadores e fez a inspeção no local. LEIA TAMBÉM 'Desespero desagradável', diz filho de caminhoneiro Motorista disse à polícia que criminosos queriam veículo para levar armas ao Rio Como o motorista foi resgatado? O motorista permaneceu imóvel, com os braços cruzados, dentro da cabine por mais de quatro horas. Antes da chegada do Gate, outras pessoas que passavam pelo Rodoanel encontraram Dener amarrado dentro do veículo e o desamarraram. Esse grupo acionou a concessionária e a polícia. Por volta das 9h15, um policial do Gate, vestindo uma roupa especial antibomba, se aproximou e fez contato direto com Dener. Após a conversa com o policial, o motorista desceu do caminhão, caindo desmaiado no asfalto. Ele foi carregado desacordado por policiais e levado em uma maca da concessionária para o hospital. Dener seguiu para prestar depoimento na delegacia de Taboão da Serra após receber cuidados médicos. O que se sabe sobre a carreta e a empresa? O caminhão pertence à transportadora Sitrex. A empresa informou que a carreta estava vazia, retornando para a matriz em São Bernardo do Campo após uma entrega. A Sitrex declarou que o motorista "cumpriu adequadamente todos os procedimentos legais e de segurança", incluindo horários de descanso e velocidade, conforme dados do sistema de monitoramento eletrônico do veículo, que inclui telemetria e rastreamento em tempo real. O veículo apresentava o vidro do para-brisa quebrado, supostamente atingido por uma pedra arremessada pelos criminosos. Quem são os criminosos? Não há informações divulgadas sobre a identificação ou prisão dos três homens que teriam rendido o motorista. Qual era a carga do caminhão? Estava vazio. Por que essa carreta foi atacada, já que estava sem carga? Ainda não se sabe. Por que os bandidos desistiram do roubo? Não há informações. Por que os bandidos deixaram um caminhão atravessado na pista com um objeto que simulava uma bomba? Não se sabe. Rodoanel ficou quase 5h interditado por causa de suspeita de bomba que não se confirmou Reprodução