cover
Tocando Agora:

Enem 2025: confira dicas de professores para o primeiro dia de prova

Enem Vanguarda estreia neste sábado (8) O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 é neste domingo (9). Nesta etapa, os candidatos encaram ...

Enem 2025: confira dicas de professores para o primeiro dia de prova
Enem 2025: confira dicas de professores para o primeiro dia de prova (Foto: Reprodução)

Enem Vanguarda estreia neste sábado (8) O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 é neste domingo (9). Nesta etapa, os candidatos encaram 45 questões de Linguagens, 45 de Ciências Humanas e uma redação — o tempo máximo para a realização da prova é de 5h30. 📅 O segundo dia será no domingo seguinte (16), com 45 questões de Matemática e 45 de Ciências da Natureza. Neste caso, o tempo máximo é de cinco horas. Na região do Vale do Paraíba e Bragantina, o exame reúne 50.670 inscritos confirmados nesta edição. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp As provas do Enem serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro de 2025 Paulo Pinto/Agência Brasil Chegou a hora de respirar fundo e revisar o que foi aprendido ao longo do ano. Para ajudar na reta final, o g1 conversou com professores do Vale do Paraíba e preparou um resumão prático com dicas sobre as três áreas que caem neste primeiro domingo. Veja abaixo: 🗣️ Linguagens, Códigos e suas Tecnologias O bloco de Linguagens reúne conteúdos de português, língua estrangeira, literatura, artes e educação física. De forma geral, professores ouvidos pelo g1 destacam que a prova é interdisciplinar, contextualizada e exige bastante interpretação de textos. Confira abaixo um resumo com os principais pontos de cada matéria: Inglês ou Espanhol São apenas cinco questões em outra língua, mas elas vêm logo no início do exame. O candidato escolhe, no momento da inscrição, entre inglês ou espanhol. Os textos estão na língua estrangeira selecionada, mas as perguntas são sempre em português. Independentemente da escolha, o foco é o mesmo: interpretação de texto. Segundo a teacher Shirley Truyts, de São José dos Campos (SP), “quanto mais amplo o vocabulário do candidato, melhor o desempenho”. Ela recomenda treinar duas estratégias de leitura: Skimming: leitura rápida para entender a ideia geral do texto; Scanning: leitura focada em buscar informações específicas. Também é importante revisar pontos de gramática e vocabulário que costumam cair no Enem: Tempos verbais: ajudam a identificar quando a ação ocorre — exemplos: I study (eu estudo), I studied (eu estudei), I am studying (estou estudando), I will study (eu vou estudar); Palavras cognatas: palavras parecidas ou idênticas em português e inglês — exemplos: family (família), minute (minuto), hospital (hospital), important (importante); Falsos cognatos (false friends): parecem iguais, mas significam outra coisa — exemplos: to pretend (fingir), não “pretender” + to push (empurrar), não "puxar". Conectivos: ligam ideias e ajudam na coesão — exemplos: however (no entanto), therefore (portanto), although (embora); Phrasal verbs: expressões com verbo + preposição — to give up (desistir), to look for (procurar). Prova do Enem Agência Brasil Em espanhol, o raciocínio é semelhante. A professora de espanhol Hilari Mejías, venezuelana que mora em Taubaté (SP), explica: “a prova não mede apenas se o candidato consegue compreender o que as palavras significam, mas a capacidade de absorver o sentido global do texto e identificar a intenção do autor”. Alguns pontos merecem atenção especial: Palavras-chave: ajudam a identificar o tema central — exemplos: educación, derechos, juventud; Elementos culturais: a prova costuma citar manifestações, músicas e obras do mundo hispânico; Falsos cognatos e expressões idiomáticas: embarazada (grávida), e não “envergonhada” + apellido (sobrenome), e não "apelido". 💡 Dica extra: o Enem gosta de textos culturais — músicas, poemas, tirinhas, citações literárias. Para treinar o ouvido e o olhar, vale ler notícias, assistir filmes e séries no áudio original e, se possível, usar legendas na própria língua estrangeira. Língua Portuguesa Quem domina o básico sai na frente, segundo a professora Priscila Souza, de Santa Branca (SP). "Mais do que se prender às regras de gramática, que caem menos, o foco é entender o que se lê — compreender a mensagem", explica a docente. Entre os pontos que mais aparecem na prova estão: Leitura de diferentes gêneros textuais: tirinhas, crônicas, notícias, poemas e propagandas. Identificação da tese e dos argumentos: reconhecer a ideia principal e os pontos que a sustentam. Relação entre texto verbal e não verbal: interpretar imagens, gráficos e charges junto ao texto. Leitura nas entrelinhas: compreender o que está implícito. Ponto de vista e intenção do autor: entender a perspectiva e o propósito da escrita. Coesão e coerência: observar como as ideias se conectam dentro do texto. Outros temas que costumam aparecer envolvem figuras de linguagem (como metáfora, ironia e antítese), funções da linguagem e o contraste entre norma-padrão e linguagem coloquial — algo comum em textos publicitários e canções. 📚 Literatura e 🎨 Artes O exame costuma misturar referências clássicas com autores e movimentos contemporâneos — ou seja, vale olhar tanto para o passado quanto para o presente. O professor Moisés Martins, de Caraguatatuba (SP), explica que o Enem pode acompanhar uma tendência adotada por outros vestibulares de valorizar produções mais modernas e diversas. “Principalmente obras marginalizadas, como Conceição Evaristo, Itamar Vieira Júnior, Emicida, Racionais MC’s, Djamila Ribeiro, além da literatura indianista, quilombola e africana”, aponta. Outros pontos que valem revisão: Leitura e interpretação de diferentes gêneros: poemas, canções, crônicas, manifestos e textos de opinião. Características das escolas literárias: realismo, modernismo, romantismo, entre outras. Estrutura de poesia: verso (cada linha do poema), estrofe (conjunto de versos), rima (repetição de sons no fim dos versos) e métrica (ritmo e contagem de sílabas poéticas). História da arte: Barroco, Renascimento, vanguardas europeias, Semana de Arte Moderna, etc. 💡 Redobre a atenção quanto a temas sociais e culturais, como representatividade, identidade e crítica social. Eles podem aparecer tanto nas questões quanto na proposta de redação. Aprovados: Confira dicas de como se alimentar bem e relaxar antes da prova do Enem ⚽ Educação Física Você acha que isso não cai no Enem? "Cai, sim! Mas de forma teórica e interdisciplinar", explica o professor Marcos Rubens, de Lorena (SP). Segundo o docente, a disciplina aparece conectada a outras áreas do conhecimento, com foco na análise de contextos sociais, ao invés da prática esportiva em si. Temas mais recorrentes: Exercício físico, saúde e qualidade de vida: relação entre atividade física, bem-estar e prevenção de doenças. Corpo, performance e padrões estéticos: influência da mídia e da sociedade na imagem corporal. Dança, lutas, jogos e esportes: análise sob aspectos sociais e culturais. Inclusão, diversidade e gênero no esporte: debate sobre igualdade de oportunidades e representatividade. 💡 Eventos como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo também podem inspirar questões sobre esporte como fenômeno social. 🗣️ Ciências Humanas e suas Tecnologias O bloco de Ciências Humanas abrange história, geografia, filosofia e sociologia. De modo geral, professores consultados pelo g1 ressaltam que a prova cobra a compreensão de diferentes contextos, tanto históricos quanto contemporâneos. Confira abaixo um resumo com os principais pontos de cada matéria: 🏛️ História Interpretar é o segredo — e o professor João Ernesto (Jota), que dá aula em Caçapava (SP) e outras cidades da região, inventou um método prático para resolver questões com mais facilidade: o que ele nomeou CTA. “C significa Comando — o que a questão está pedindo? T é o Texto — qual é minha base de trabalho e o que ele quer dizer? E A são as Alternativas — elimine as absurdas e vá pelo caminho mais lógico.” (OLHO) O Enem cobra muito mais contexto do que decoreba, e os assuntos dialogam diretamente com discussões atuais. Mesmo assim, há pontos que quase sempre aparecem: Brasil Colônia: chegada dos europeus, resistência indígena, escravidão, ciclos do açúcar e da mineração. Brasil Império: Independência, economia cafeeira, Constituição de 1824 e abolição. República Velha e Era Vargas: coronelismo, revoltas, industrialização e Estado Novo. Ditadura e Redemocratização: golpe de 1964, AI-5, resistência cultural e Constituição de 1988. História Global: Guerras Mundiais, Guerra Fria, globalização e geopolítica atual. Temas sociais: movimentos populares, diversidade, cultura afro e indígena, racismo estrutural e meio ambiente. 🌎 Geografia O professor Gilson dos Anjos, de Jacareí (SP), lembra que o segredo é entender o mundo como ele é hoje. “Os temas clássicos continuam firmes, mas é a forma de relacioná-los à atualidade que faz diferença.” Tópicos que mais caem: Urbanização e desigualdade: gentrificação, violência, expansão urbana. Questões ambientais: clima, desmatamento, energia e sustentabilidade. População: envelhecimento, migrações e demografia. Geologia: relevo, placas tectônicas e desastres naturais. Geopolítica: conflitos globais, blocos econômicos (como União Européia e Mercosul), guerra na Ucrânia, disputa entre China e EUA e crises no Oriente Médio. Enem: Aulão aberto faz revisão com alunos de Jacareí 🧠 Filosofia e 👥 Sociologia Para o professor Carlos Eduardo de Siqueira, de São José dos Campos (SP), o essencial é não tentar adivinhar o que vai cair, mas estudar com base na matriz de referência e nas tendências das últimas provas. “O candidato precisa dominar os conceitos e perceber como eles se conectam à realidade. Esses temas ajudam até na redação, servindo como argumento de autoridade”, explica Siqueira. Em Filosofia, o teste vem se tornando mais conteudista e direto, exigindo domínio dos principais pensadores e correntes filosóficas. Veja abaixo tópicos importantes: Antiguidade: Pré-socráticos (origem da natureza); Platão e Aristóteles (virtude, ética, política e conhecimento). Idade Média: Santo Agostinho e Tomás de Aquino (relação entre fé e razão). Renascimento: Maquiavel (poder, política e ética). Modernidade: Bacon, Descartes e Hume (ciência e método); Hobbes, Locke, Rousseau e Montesquieu (contrato social e poder); Kant (razão e moral). Contemporaneidade: Nietzsche, Sartre, Escola de Frankfurt (Adorno, Horkheimer e Marcuse) e Foucault (crítica à sociedade moderna). Já em Sociologia, o Enem apresenta uma abordagem majoritariamente temática e interpretativa, com foco na compreensão das transformações sociais. Confira assuntos relevantes: Cultura e diversidade cultural: análise de identidades e diferenças entre grupos sociais. Mundo do trabalho: impactos da industrialização e da precarização das relações trabalhistas. Movimentos sociais: lutas históricas por direitos e reconhecimento. Estado, poder e cidadania: papel das instituições e da participação política. Globalização e desigualdade social: efeitos econômicos e culturais da integração mundial. Democracia, tensões e consensos: desafios da convivência e do debate público. 💡 Um ponto importante é que esses conceitos, além de ajudar na prova objetiva, também servem de base para a redação — funcionando como argumento de autoridade. “Não é substituir a própria voz pela de outra pessoa, mas se apoiar nesses grandes teóricos para fundamentar o que se pensa”, explica Siqueira. 🗣️ Redação A redação do Enem deve ser um texto dissertativo-argumentativo, de até 30 linhas, e é avaliada em cinco competências, que somam 1.000 pontos (200 cada uma): Domínio da escrita formal da língua portuguesa; Compreensão e desenvolvimento do tema proposto; Seleção e organização de argumentos de forma coerente; Uso adequado de coesão e coerência entre as ideias; Respeito aos direitos humanos. De modo geral, professores indicam uma estrutura de quatro parágrafos. O texto deve começar com uma introdução, em que o candidato apresenta o tema e contextualiza o assunto. Em seguida, vem o desenvolvimento, onde deve expor sua opinião e organizar os principais argumentos. Depois, é importante incluir exemplos que reforcem a tese e tornem o texto mais consistente. Por fim, a conclusão deve trazer uma proposta de intervenção, ou seja, uma solução possível e viável para o problema abordado — sempre com respeito aos direitos humanos. Segundo Fabíula Neubern, coordenadora de redação em um cursinho de São José dos Campos (SP), a chave é praticar bastante ao longo do ano, mas há também dicas úteis para a hora da prova: Ler atentamente a coletânea e identificar causas, consequências e dados que possam embasar os argumentos; Revisar o texto antes de entregar, observando gramática e conectivos; Garantir que a proposta de intervenção tenha todos os elementos: agente, ação, modo, finalidade e detalhamento; Escolher um repertório legítimo e pertinente, sem recorrer a “repertórios prontos”; E, claro, caprichar na letra! — o avaliador pode não ter paciente para decifrar garranchos. Confira dicas para ir bem e não zerar na nota da redação do Enem 🤔 E o tema da redação? Não dá para prever com certeza o que vai cair, mas o Enem costuma abordar questões sociais — como direitos humanos, cidadania, cultura e inclusão. Para 2025, alguns temas prováveis incluem: Violência de gênero, violência escolar e acessibilidade; Tecnologia e sociedade, com foco em inteligência artificial, privacidade e uso excessivo de telas; Mudanças climáticas e sustentabilidade, especialmente com a COP30 prevista para o Brasil. Veja mais sobre o Vale do Paraíba e região bragantina