Donos de postos alvos de nova operação contra suspeitos de ligação com o PCC têm 69 estabelecimentos; veja lista
Alvos de nova operação contra suspeitos de ligação com o PCC têm 69 postos de combustível A Operação Octanagem, deflagrada nesta terça-feira (21), cump...

Alvos de nova operação contra suspeitos de ligação com o PCC têm 69 postos de combustível A Operação Octanagem, deflagrada nesta terça-feira (21), cumpriu mandados de busca e apreensão em seis postos de combustíveis — cinco na Baixada Santista e um em Araraquara, no interior de São Paulo, suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Os postos são ligados aos empresários Pedro Furtado Gouveia Neto e Luiz Ernesto Franco Monegatto, apontados pela Polícia Civil como sócios de uma rede suspeita de lavar dinheiro do PCC. Ao todo, os dois investigados aparecem como donos de 69 estabelecimentos. Veja mais abaixo a lista completa dos postos investigados. Segundo o levantamento do g1 com base no relatório policial, Luiz Ernesto Franco Monegatto é sócio em 13 postos, todos no estado de São Paulo. Já Pedro Gouveia aparece como sócio de 56 postos entre os 251 empreendimentos registrados em nome de investigados, com unidades em quatro estados. Os dois são suspeitos de ter ligação com Himad Hussein Mourad, acusado de comandar a lavagem de dinheiro da facção. Pedro Furtado Gouveia Neto e Himad Hussein Mourad, investigados em operação contra esquema de lavagem de dinheiro do PCC. Reprodução Pedro Gouveia já havia sido alvo da primeira operação, a Carbono Oculto, considerada a maior operação contra o PCC no setor de combustíveis, que investigou lavagem e sonegação de R$ 7,6 bilhões. A maioria dos postos no nome de Gouveia também está em SP, especialmente na Baixada Santista e no interior, e um no Paraná, com diferentes bandeiras, entre elas Ipiranga, Rodoil e Shell, além de postos de bandeira branca. Postos de combustíveis alvos da Operação Octanagem Segundo as investigações, os vínculos comerciais com Himad Hussein Mourad seriam para "blindar o verdadeiro controlador da rede". Em um dos casos, a Justiça aponta que para camuflar o seu controle na rede dos postos, Himad teria, em agosto de 2023, passado a Pedro Gouveia o cargo de diretor-presidente da GGX Global, apontada pela Justiça de São Paulo como ligada ao grupo que opera a lavagem de dinheiro para o PCC. Ainda segundo a investigação, Gouveia também assumiria a maioria dos empreendimentos, seja através da empresa ou enquanto pessoa física. "Sua saída formal dos quadros societários, seguida pela entrada de Pedro Furtado (diretor que o sucedeu na própria GGX Global), configura uma estratégia transparente de ocultação, visando proteger o verdadeiro líder das operações", diz o documento que embasou a operação desta terça-feira (21). Um exemplo citado pela Justiça é o Auto Posto Panamera, em Praia Grande (SP), onde investigadores fizeram uma compra monitorada em junho deste ano. O comprovante fiscal saiu no endereço do Auto Posto Ímola, em Araraquara, empresa controlada por Monegatto — o que, segundo o inquérito, indica compartilhamento de sistema de pagamento e controle financeiro. Comprovante de pagamento em posto alvo de mandado de busca e apreensão na terça-feira (21) Reprodução/TV Globo Gouveia, Monegatto e Himad também aparecem como donos dos três postos licenciados com a marca “Corinthians”, localizados na Zona Leste de São Paulo, como o g1 revelou em outubro. No posto da Avenida Padre Manoel da Nóbrega, a ANP registra Himad Mourad como sócio, enquanto a Receita Federal lista Pedro Gouveia como titular. Questionada sobre a divergência, a ANP afirmou que a alteração entre registros na Receita Federal e na própria ANP caracteriza irregularidade. A agência informou que notificará as empresas para atualização dos dados cadastrais e que, em caso de descumprimento, poderá abrir processo administrativo que pode resultar na revogação da autorização de funcionamento. O clube não é citado em nenhuma das operações e afirmou ao g1 que apenas licenciou a marca, acompanhando as investigações e avaliando medidas jurídicas sobre os contratos vigentes até novembro de 2025. O g1 procurou a defesa de Gouveia, Monegatto e Mourad, mas elas não se manifestaram até a publicação da reportagem. Três dos seis alvos da Octanagem têm bandeira Rodoil. A distribuidora afirmou ao g1 que todos os postos citados na operação já foram notificados para o distrato contratual e a retirada da marca. Informou ainda que o Auto Posto Super Senna Ltda. utilizava a marca da Rodoil sem nenhum vínculo contratual e, portanto, de forma irregular. Segundo a empresa, a atuação para remover a marca dessas unidades começou no início deste ano. Veja os postos: MAPA: onde ficam os postos de investigados na megaoperação contra o PCC Polícia flagra irregularidades em postos de organização criminosa de SP Posto de combustível em Santos é alvo da Operação Octanagem, deflagrada pela Polícia Civil Yasmin Braga/TV Tribuna