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Com QI 132, menino de 3 anos que fala sete idiomas é aceito em comunidade internacional para superdotados

Gabriel é superdotado e foi aceito na Mensa Arquivo pessoal A infância pode ser um período de muitas descobertas que, dia após dia, transformam a vida da cr...

Com QI 132, menino de 3 anos que fala sete idiomas é aceito em comunidade internacional para superdotados
Com QI 132, menino de 3 anos que fala sete idiomas é aceito em comunidade internacional para superdotados (Foto: Reprodução)

Gabriel é superdotado e foi aceito na Mensa Arquivo pessoal A infância pode ser um período de muitas descobertas que, dia após dia, transformam a vida da criança. Aprender a sentar, andar, balbuciar e até entender o formato de figuras geométricas pode ser crucial, mas, para alguns pequenos, "desbravar o mundo" pode ir além do esperado pelos pais. No caso de Gabriel Francisco Novaes, de apenas três anos, a rotina possui diversas interpretações ao decorrer do dia. Apesar da idade, o menino já tem familiaridade com sete idiomas que, inclusive, diferem do alfabeto utilizado no português, como o grego e o russo. 📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp A família é de Tapiraí (SP) e ao g1, a mãe de Gabriel, Kelidy Novaes, conta que, após diversas consultas com especialistas, ele foi laudado com superdotação e possui um QI de 132, considerado muito acima da média para a idade dele. Recentemente, ele foi aceito na Mensa International, uma sociedade que reúne pessoas de alta capacidade intelectual considerada a mais antiga do mundo. Veja os vídeos que estão em alta no g1 "Eu sou professora, então, sempre quis ensinar as coisas a ele. Quando o Gabriel tinha um ano, imprimi o alfabeto para colar na parede, mas quando coloquei, ele já estava falando as letras em português e inglês. Confesso que fiquei espantada, afinal, onde é que ele aprendeu isso? O número nove, por exemplo, ele só falava 'nine'. Ele aprendeu a pronúncia em inglês primeiro", questiona. A professora explica que, depois dessa situação, o menino passou a surpreender ainda mais a família. Em um dos dias, ele foi flagrado pela família assistindo e cantarolando um vídeo que, na legenda, era um idioma desconhecido pelos parentes. "Tirei um print do vídeo, joguei na inteligência artificial e acusou que ele estava cantando em russo. Depois disso, veio o inglês, português, grego, armênio, russo e a Língua Brasileira de Sinais (Libras)", diz. Gabriel tem uma irmã de nove anos Arquivo pessoal O aprendizado "fora da curva" de Gabriel vai além de entender idiomas de países distantes do Brasil. A mãe afirma que ele realiza operações matemáticas de adição e subtração com facilidade e, segundo o neuropsicólogo responsável, ele é uma pessoa interessada em resolver problemas. "O neuropsicólogo afirma que ele é uma pessoa totalmente lógica e matemática, que gosta de resolver problemas. É interessante conversar com ele porque, apesar da idade, ele entende muito bem. Se eu falo que quero tomar água e não encontro o copo, ele aparece com um. Qualquer atividade que eu proponho, ele faz", revela. Hoje, Gabriel possui uma idade mental de aproximadamente seis anos, ou seja, o dobro da idade. Ele também se comunica com palavras formais e consideradas incomuns até nas relações interpessoais envolvendo adultos, com uma dicção muito além do esperado para uma criança de apenas três anos. "Ele é um menino incrível, independente da capacidade intelectual e cognitiva dele. Ele tem a dicção muito boa e fala coisas do tipo 'nossa, como eu sou interessante'. Às vezes, tenho que 'cortar um pouco as asinhas' dele. Se ele sobe em algum lugar alto, ele gosta de falar que 'está altíssimo'. Nem nós adultos falamos dessa forma", pontua. 'Inteligente, mas criança também' Kelidy destaca que, apesar de surpreender a família diariamente, ela procura reforçar com Gabriel e com o resto dos familiares que ele continua sendo uma criança. Em paralelo, ele desenvolveu interesses mais comuns, como o fascínio pelo futebol. "Nosso maior medo é ele se tornar uma criança chata que só gosta de idiomas, apesar dele se interessar por vários assuntos. Ele não gosta das crianças da creche que frequenta por, segundo ele, serem 'muito bebês'. Eu reforço o tempo todo que ele é tão criança quanto as outras", destaca. Gabriel tem familiaridade com sete idiomas diferentes Arquivo pessoal "Como ele não pedia as letras mais, comprei bola, bambolê, levo ele na praça para brincar sozinho e interagir com outras crianças. Hoje, ele é fascinado por futebol e se diz super torcedor do Corinthians. Ele tem o lado criança que gosta de brincar de pega-pega, pique-esconde e outras brincadeiras", completa. Entre os traços de personalidade mais presentes em Gabriel, está a frustração. Segundo a mãe, ele não se importa muito quando recebe críticas, no entanto, a autocrítica é muito presente mesmo com pouca idade. "Se ele fizer um desenho e alguém falar que está feio, ele não vai ligar nem um pouco. Agora, se ele fizer um desenho e ele achar que não ficou bom, complica. Até eu convencer ele que o desenho está bonito, é uma longa conversa", brinca. Processo do laudo de superdotação Kelidy revela que, apesar de descobrir traços não correspondentes a idade anos antes, demorou para acreditar que Gabriel poderia ser, de fato, uma criança superdotada. Ela decidiu encaminhá-lo para diversos profissionais e, com o laudo, tem procurado uma escola voltada para crianças assim como ele. "Primeiramente, eu entrei em contato com psicólogos depois de tantas pessoas falarem que ele era diferente dos demais. Eu duvidava, achava que era natural, afinal, eu tenho uma filha mais velha que sempre foi muito bem na escola e nunca desconfiei que ela fosse superdotada", conta. Ao chegar ao psicólogo, o profissional encaminhou Gabriel e a mãe para um neuropsicólogo em Piedade (SP), cidade vizinha. O resultado positivo para superdotação chegou logo na primeira sessão, sendo que, geralmente, pode demorar mais de dez sessões para chegar em uma conclusão. "Na primeira sessão dele com o neuropsicólogo já foi acusado que ele tinha algo. Foi diagnosticado que o QI dele era de 132, o mais alto já registrado na clínica. Em seguida, fomos ao neuropediatra e à terapia ocupacional para tirar uma possível indicação para o autismo, porém, ele não tem o transtorno e, geralmente, ele está associado à superdotação", explica. Família deve se mudar para Sorocaba (SP) após o laudo Arquivo pessoal O g1 obteve acesso ao laudo, que descreve um funcionamento intelectual muito acima do esperado para a faixa etária de Gabriel. No documento, é dito que a criança possui uma alta capacidade de estruturar raciocínios e planejamentos. "Agora, o neuropediatra disse que chegou a hora dele frequentar uma instituição de ensino que seja voltada aos superdotados. Tentei ver com escolas mais convencionais de cidades vizinhas, mas não deu certo. Provavelmente, teremos que nos mudar para Sorocaba (SP)", complementa Kelidy. Com o laudo, Kelidy passou a procurar sociedades exclusivas para pessoas diagnosticadas com a característica. Gabriel foi aprovado após pagar uma taxa e passar por uma análise dos laudos, que demorou cerca de 40 dias. "A Mensa não é uma sociedade física, então, tenho que começar a encontrar mães de crianças como o Gabriel para conseguir me comunicar e marcar encontros. Há oficinas on-line e tudo mais, mas estou aprendendo a usar as redes sociais a favor do meu filho", diz. História de superação Ao g1, a mãe conta que jamais imaginou passar por uma situação dessa, mesmo criando expectativas para o filho desde o período da gravidez. Logo no primeiro ano de vida, Gabriel foi diagnosticado com bronquiolite e, até então, Kelidy suspeitava que ele tivesse uma dificuldade de aprendizado em comparação com os demais. "No começo, ele teve bronquiolite com pneumonia bacteriana e viral junto. Encaminhamos ele à unidade de saúde, mas ele não respondia a nenhum medicamento e confesso que entrei em desespero quando a enfermeira disse que era a hora de me apegar a Deus. Antes disso, eu estava bem aflita, pois achava que ele estava demorando para sentar, balbuciar, andar", alega. Por conta do avanço da doença, a criança precisou ser entubada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Foi lá que, de acordo com a mãe, Gabriel disse as primeiras palavras. "Ele começou a falar dentro da UTI, chamando o nome da avó. Eu levo para mim que Deus colocou ele em stand-by durante todo esse período, pois foi a partir daí que ele se desenvolveu rapidamente. Ele voltou mil vezes melhor para casa e era algo que jamais esperei, nem eu, nem meu marido", conta. "É muito gostoso ficar perto do Gabriel. As pessoas até falam que ele é uma criança fofa, carinhosa, que se expressa bem. Esses são traços da superdotação, que conta com um nível de empatia elevado. Ele gosta de atenção e é uma criança maravilhosa", finaliza. Como saber se meu filho é superdotado? De acordo com a Mensa Brasil, existe uma série de características em crianças que podem identificar uma superdotação. Elas foram definidas pela Secretaria da Educação Especial do Ministério da Educação (MEC) em 2006 e, entre elas, está o alto repertório de vocabulário para a idade. Confira a lista: Alto grau de curiosidade; Vocabulário avançado para a sua idade; Liderança e autoconfiança; Grande interesse por um assunto e especial dedicação a ele; Ótima memória; Criatividade; Facilidade de aprendizagem; Alfabetização precoce; Excelente desempenho em uma ou mais disciplinas em comparação a seus pares; Habilidade para adaptar ou modificar ideias; Facilidade em fazer observações perspicazes; Persistência ao buscar um objetivo; Comportamento que requer pouca orientação do professor. Segundo a comunidade, o conceito de superdotação é considerado polêmico e é instável, ou seja, pode mudar com o passar do tempo. De qualquer forma, é necessária uma série de testes e consultas com profissionais especializados para averiguar a situação de uma forma correta e mais aprofundada. " A avaliação deve incluir, além dos testes de inteligência, também uma anamnese completa e detalhada, incluindo perguntas sobre os pais, as condições da gravidez da criança, o parto e o seu desenvolvimento até a data da avaliação, bem como o profissional deve fazer uso de outros testes neuropsicológicos, de acordo com as características, queixas, sintomas e comportamentos relatados pelos pais, pela escola e observados pelo profissional, em consultório", completa. Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM